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Como recuperar sua identidade depois de se tornar mãe/pai — guia prático e acolhedor

Olá — se você está lendo isso, é provável que esteja sentindo algo muito comum (mas pouco falado): a sensação de ter se perdido um pouco desde que seu filho chegou. Eu falo com você como alguém que trabalha com parentalidade e bem-estar — e quero muito ajudar. Aqui está um guia prático, cheio de passos concretos e fáceis de aplicar, para você recuperar (ou reinventar) partes de si mesma/o sem culpa.


Por que isso acontece (explicado de forma simples)

Quando nasce um filho, várias coisas mudam ao mesmo tempo: rotina, sono, prioridades, responsabilidades e até a forma como outras pessoas te veem. Há também fatores biológicos (privação de sono, alterações hormonais) e sociais (expectativas, julgamentos). Essa combinação pode levar ao chamado “apagamento da identidade” — você continua sendo você, só que com menos tempo, menos energia e menos espaço para as coisas que antes te definiam.

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Sinais de que você está se perdendo (e que é hora de agir)

  • Você não lembra mais do último hobby que gostava.

  • Sente que “só existe para cuidar” e que perdeu gostos e vontades.

  • Fica irritada/o ou desanimada/o com facilidade, sem entender por quê.

  • Evita assuntos que antes te interessavam.

  • Se isola ou aceita tarefas no limite do esgotamento por achar que precisa dar conta de tudo.

Se isso soa familiar: respire. É comum — e reversível.


Primeira regra: sem vergonha, sem pressa

Recuperar identidade não é voltar ao “antes” num estalar de dedos. É integrar a maternidade/paternidade à pessoa que você é, criando espaço para o que importa agora — mesmo que seja em pedaços pequenos.


Plano prático: ações que você pode começar já hoje

1) Nomeie o que você sente (5–10 minutos)

Pegue um caderno ou nota no celular. Escreva sem editar:

  • “Hoje me sinto…”

  • “Antes eu gostava de…”

  • “Se eu tivesse 30 minutos, eu gostaria de…”

    Fazer isso todas as noites ou 2× por semana ajuda a clarear prioridades.


2) Micro-rituais diários (10–20 minutos)

Não precisa de horas. Escolha um ritual que seja só seu:

  • Café com silêncio (10 min).

  • 10 minutos de leitura ou alongamento.

  • 5 minutos de respiração consciente ao acordar.

    A consistência importa mais que a duração.


3) Redescubra um hobby na versão “mini”

Se gostava de pintar, escreva uma micro meta: 1 desenho por semana. Se gostava de correr, comece com 10 minutos 3 vezes na semana. Hobbies pequenos mantêm a sensação de “eu existo além da rotina”.


4) Planeje e peça apoio — e use scripts práticos

Muitas vezes o que falta não é vontade, é organização e permissão para pedir. Script simples para o parceiro: “Amor, para mim é importante ter 1 hora por semana só para mim. Você pode assumir as crianças nesse horário? Se sim, podemos escolher um dia fixo?”

Peça ajuda de forma clara e objetiva.

Em vez de dizer “me ajuda com tudo”, diga exatamente o que precisa naquele momento.

Exemplo:

  • Ao invés de: “Você nunca me ajuda em nada”

  • Diga: “Você pode dar banho no bebê hoje?” ou “Pode ficar com ele 30 minutos para eu descansar?”

Assim a outra pessoa entende melhor o que fazer e o apoio chega de verdade.


5) Delegue e simplifique

Liste 3 tarefas que você pode delegar ou simplificar hoje (lavar roupas, compras, lavar pratos, cuidar do jardim). Delegar vale para família e também para serviços quando possível.


6) Reforce limites com gentileza

Aprender a dizer “não” é recuperar energia:

Frases curtas:

  • “Hoje não consigo, pode ficar para outro dia?”

  • “Posso ajudar, mas não agora.”


7) Reconecte-se com pessoas que te alimentam

Agende uma chamada curta com uma amiga ou um encontro com outra mãe que te entende. Conversas fora da rotina parental relembram gostos e opiniões suas.


8) Reavalie suas metas pessoais (pequenas e reais)

Escreva uma meta para 1 mês (ex.: “voltar a ler 1 livro por mês”) e outra para 6 meses (ex.: “fazer um curso online de algo que me interessa”). A ideia é manter direção sem pressão.


9) Procure suporte profissional quando necessário

Se tristeza, ansiedade ou cansaço extremo persistirem por semanas, busque um psicólogo ou psiquiatra. Se houver pensamentos de se machucar ou machucar o bebê, procure ajuda imediata. Pedir ajuda é sinal de força, não de fracasso.


Exercício prático (30 dias): desafio dos 5 minutos

Objetivo: reativar pequenas partes de identidade sem sobrecarga.

  • Dia 1–7: 5 minutos de algo só seu (música, escrita, alongamento).

  • Dia 8–15: uma ligação de 10 minutos com alguém que te faz bem.

  • Dia 16–23: 15 minutos dedicados a um hobby mini (desenho, fotos, blog).

  • Dia 24–30: planeje um “me-time” de 1 hora com quem apoia você (parceiro, família, troque babysitting).

Registre no caderno como se sentiu — pequenas mudanças acumulam.


Como incluir seu filho nessa (sem se anular)

Integrar seus gostos com a maternidade pode ser lindo: se você gostava de música ao vivo, crie playlists para os momentos com o bebê; se gostava de fotografia, faça um projeto de fotos semanais com a família. Assim você não perde gostos — adapta.


Modelo de uma semana prática (exemplo)

  • Segunda: 15 min de leitura enquanto o bebê dorme.

  • Quarta: 1 ligação com amiga (10–15 min).

  • Sexta: 20 min para hobby mini.

  • Domingo: 1 hora para você (parceiro cuida das crianças).

Pequenas vitórias toda semana aumentam autoestima e sensação de ser inteira/o.


Frases de empoderamento para repetir

  • “Eu sou mãe/pai E também sou [profissão/hobby/qualquer coisa].”

  • “Pedir ajuda não diminui meu amor. Me fortalece.”

  • “Pequenos passos continuam sendo progresso.”


Quando procurar ajuda urgente

Procure um profissional se você perceber:

  • Tristeza, desespero ou choro incontrolável por semanas.

  • Perda de apetite ou sono extremo.

  • Pensamentos de ferir a si ou ao bebê. Nessas situações, busque serviço de saúde imediatamente.


Conclusão (um abraço e um convite)

Perder um pouco de si depois da chegada dos filhos é comum — mas você pode (re)construir uma identidade que inclua a maternidade/paternidade sem ser definida apenas por ela. Faça compromissos pequenos, peça apoio, estabeleça limites e valorize cada vitória.

Se cuide. Você não está sozinho(a)!


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